Dona Vera – Ilha Boa Vista do Acará

Dona Vera – Ilha Boa Vista do Acará
  1 de julho de 2019
Coordenação de textos: Antonio Carlos Pimentel / Redação: Antonio Carlos Pimentel / Fotos: Fernando Sette Câmara – Todos os direitos reservados / All rights reserved
Boa Vista do Acará

Chocolate, artesanato, cerâmica, óleos medicinais. Tudo isso pode ser encontrado na ilha Boa Vista do Acará, nas imediações de Belém, com a Dona Vera, ribeirinha que sabe das coisas.

“Nós trabalhamos com o chocolate. Eu produzo há mais de cinco anos. O turista quer conhecer coisas nossas, coisas da nossa terra, e aqui nós proporcionamos essa experiência para eles. Vendemos chocolates em amêndoas inteiras de cacau, e o nibs, chocolate quebrado”, informa.

O artesanato com raízes, pequenas obras de arte confeccionadas com matéria-prima da floresta, revela as habilidades de mãos sentimentais, amorosas. “Quem produz essa parte de raízes são os meus parentes, eles produzem brincos, cordões, pulseiras. Já a cerâmica vem lá do Paracuri, em Icoaraci”, diz a artesã.

Tradição que passa de pai para a filho, o uso de ervas e óleos impressiona os turistas. “Nós vendemos o óleo de andiroba, que ajuda a cicatrizar e desinflamar feridas; o breu, uma erva que serve para fazer colônia; cheiro do Pará; copaíba, que serve para aliviar dores musculares; a priprioca, que é uma erva aromática e mel de abelha.”

Liz – Boa Vista do Acará

Liz, o marido da dona Vera, 65 anos, trabalha com turismo em Boa Vista. “Me dei muito bem aqui no Pará, já estou aqui há 40 anos. Sou técnico em refrigeração, já tive fábrica de refrigeração em Belém, terreno em Quatro Bocas, mas abandonei tudo para morar aqui”, revela.

“Aqui a gente apresenta para o turista o cacau, oferecemos sucos de frutas da região, levamos eles para um passeio que tem aqui atrás com o seu Ladir. Lá ele apresenta as flores, as plantas medicinais, sobe nos açaizeiros e mostra como o caboco age aqui no interior para sobreviver”, acrescenta Liz.

Consciente da realidade, Liz faz um alerta aos turistas: “Ter cuidado em quem confiar. Porque apesar de parecer que estamos no meio do mato, estamos vulneráveis a pessoas de má-fé. Precisamos que as autoridades tenham um olhar mais carinhoso para essa área, que invista mais em segurança para o turismo”.