Círio de Nazaré – A fé

Círio de Nazaré – A fé
  5 de setembro de 2023
Por Amadeu Frade / Fotos: Fernando Sette Câmara – Todos os direitos reservados / All rights reserved
Colaborador

Círio de Nazaré - Belém

Como e que se explica o esforço dessas pessoas ?
Como explicar o esforço para, no meio de um multidão, carregar uma imagem de um santo, ou até mesmo o próprio filho?
Uma multidão, um mar de gente, uma massa humana que olhando de perto parece não temer o esmagamento?
Como explicar o êxodo do interior para a capital, não importando a situação financeira, o meio de transporte, e até as próprias condições de transporte?

Experimente ir no Círio, experimente “pegar a corda”.
Tem momento que simplesmente seus pés não tocam o chão !
É isso mesmo, você “flutua” esmagado pelos próprios irmãos de Fé: Os romeiros .
É um exemplo da esperança que vence a razão.
E o outro lado?
Como conter essa massa humana acéfala que se guia somente pela Fé e pela “corda” que conduz a Santa.
Carregada por aquela massa humana com seus anjinhos, suas casas, os próprios filhos em seus ombros, chega a Santa em seu destino, a praça santuário.
No caminho ergue-se um paredão, também humano ,( mas naquele momento nem tão humano assim), que tem por missão separar os filhos de Deus de sua Santa, Cortando aquele ligação de Fé, quase um cordão umbilical , que nas ultimas 6, 7, 8 horas ligava os filhos de adeus a sua Santa.
Passa a Santa em sua berlinda, fica no paredão a massa humana, espremida , cansada, suada, exausta, mas feliz.
Feliz por sua missão de fé cumprida.

Volta-se para casa, retorna o cheiro de pato no tucupi…. Cheiro de maniçoba, guaraná garoto, gente falando, rindo, alguns chorando pela demonstração da fé.

É o círio de Nazaré.