É madrugada, o sono e a escuridão são certos. Do meio da escuridão pequenas embarcações começam a aparecer com seu barulho característico, o que lhe rendem o pejorativo apelido de “pô-pô-pô”. Percorrendo trechos estreitos e sinuosos de rios e igarapés por horas a fio, estas embarcações carregam um dos principais símbolos da culinária paraense: o açaí. O ponto de encontro destas embarcações é uma pequena orla encravada entre o Ver-o-Peso, o Forte do Presépio e a Baía do Guajará, que recebe o nome de Feira doi Açai. Mesmo na preguiçosa madrugada a atividade é intensa pois não resta tempo a perder. Cada barco que atraca na Feira do Açai desova milhares e milhares deste pequeno fruto que já faz fama pelo Brasil ! Cada desembarque rende um sem número de negociações, uma verdadeira “Bolsa do Açaí”, uma vez que a desenvoltura dos negociadores impactará o preço do açaí não só na mesa do paraense como na mesa de qualquer outro apreciador do açaí pelo Brasil afora.
Para acompanhar a movimentação e negociação do açaí o ideal é saborear uma boa tapioca com cafezinho aproveitando a brisa da Baia do Guajará. É um programa de fim de noite que não deve ser esquecido do aventureiros do Expedição.