E justamente por ser carnaval, todos ganham a liberdade de ser quem quiser. De se divertir, curtir, aproveitar. É a liberdade que permite que o ridículo seja considerado comum. A época do ano em que ninguém vai te julgar pela fantasia extravagante ou pela quantidade de purpurina que você colocou em seu corpo. As redes sociais ficam repletas de fotos diferentes. E ninguém se importa com a fantasia escolhida ou com o modo que se dança. O importante são os sorrisos e a diversão.
As fantasias criativas, com plaquinhas, bem elaboradas, divertidas ou mais críticas. O brilho, a música alta, um amontoado de pessoas dançando como se não houvesse amanhã, e a felicidade estampada no rosto de cada um. Já dá pra saber que esse é o famoso bloquinho, que percorre as ruas da Cidade Velha, divertindo a todos que querem estar ali.
Há também os carros alegóricos, o samba, os desfiles, as arquibancadas lotadas, cada um com as suas torcidas, participando do espetáculo na Aldeia Amazônica, e isso já mostra quem prefere assistir a esse espetáculo paraense que traz um pouco da cultura para as ruas.
Existe uma beleza, um esplendor, um desfile assistido por uma tela quadrada. Há quem escolha viver o carnaval assistindo aos desfiles das escolas de samba no conforto de casa. É bom, tudo bem! Porque no carnaval você pode ser o que quiser.
E há quem escolha viver todo esse fuzuê de uma forma diferente. Estudando mas também se divertindo. Falando sobre religião mas também pulando, brincando, com adereços e fantasias. São os retiros religiosos que reúnem pessoas de todas as idades, visando o estudo, mas também com um pé na diversão, porque afinal, ainda assim, é carnaval.
E tem gente ainda que prefere fugir dessa festa toda e viajar. Viajar para a calmaria. Aproveitar o período de feriado prolongado pra alimentar a alma com novas experiências e novos lugares. E tem quem viaja só porque quer viver a experiência de curtir o carnaval em outro lugar mesmo. Seja Salvador, Rio de Janeiro, São Paulo…. O país inteiro está numa mesma sintonia.
E bom, há também um bloquinho superfamoso, que consiste apenas em uma cama, um cobertor, muitas comidas, um computador, e alguém que não goste de nada disso. O bloquinho da Netflix, de quem aproveita o feriado prolongado pra colocar todas as séries em dia. Ou também quem não queira fazer nada disso, apenas cair em um sono profundo que perdura durante os quatro dias de carnaval.
O carnaval é justamente isso, dar a todos a liberdade de ser e fazer o que quiser. Desde que haja o respeito pela decisão e direito de cada brincante que faz parte dessa festa, do modo que for.
E a sensação que fica mesmo é a de que o ano só começa depois do carnaval!