O Aurino Quirino Gonçalves você não deve conhecer, mas com certeza já ouviu falar ou dançou ao ritmo do Pinduca. Os dois, criador e criatura, encontram-se no corpo e semblante vividos desse senhor de 79 anos de idade e mais de 50 na música. O Rei do Carimbó recebeu o Expedição Pará em casa, um sobrado cercado de plantas em pleno bairro do Guamá, em Belém, para os cliques do nosso site.
Acompanhado de seu inconfundível chapéu de palha cheio de referências à cultura paraense, marca registrada de sua carreira, Pinduca abriu o baú de memórias e foi até o começo, na pequena Igarapé-Miri, onde, moleque, já dava show cantando nas rádios locais e se apresentando nos bailes festivos com suas maracas. De lá para Abaetetuba e as primeiras experiências com um conjunto musical até Belém, terra em que encontrou a consagração se lançando, na década de 70, como um dos representantes de um gênero musical cabloco, interiorano e de raiz: o carimbó. Ao pau e corda, maneira tradicional de conduzir a levada, adicionou instrumentos eletrônicos modernos e levou o ritmo para todo o Brasil e pelo mundo em sucessos como “Sinhá Pureza” e “Carimbó do Macaco”.
Esse veterano da música paraense está longe da aposentadoria. Lançou, em janeiro de 2017, o 37º disco de sua carreira: “Uma festa com Pinduca e sua banda”, uma sequência de mambos internacionais e carimbós inéditos”.