O toque do berrante marca o tempo no Hotel Fazenda Vitória. São seis horas, zona turva entre a tarde e a noite, e os hóspedes se encontram no trapiche, o sol poente fazendo o contorno para a atração que se repete como num ritual: a travessia fluvial dos búfalos. Perfilados em fileiras de duas e três cabeças, eles vencem a nado a distância entre uma margem e outra de um dos braços do rio Tracuateua em direção ao curral. Em pé, apoiado nas ancas do último membro da manada, vai o vaqueiro Paulo Sérgio Santana, mais de 20 anos de profissão.
Eis o grande espetáculo do hotel fazenda em Tracuateua, e Paulo o conduz como um maestro seguro de si. “Aqui a gente tem costume de criar, há muito tempo que a gente mexe com búfalo” fala à medida que prepara “Fofinho”, seu búfalo de montaria, para recolher. “A lidar com búfalo, eu aprendi com o meu pai, ele sempre trabalhou no ramo e eu acompanhava, ele me passou as instruções de como manejar o animal e eu fui aprendendo”.
Os búfalos pastam livremente, explorando o território. Mas, ao descansar do sol, todos estão de volta sob a guia de Paulo. De volta à margem do hotel, as estrelas da casa posam para fotos e fazem passeios com os visitantes. Os búfalos foram uma aposta de Robson Martins, proprietário do Hotel Fazenda Vitória. Natural de Chaves, no Marajó, o empresário viu nas terras de Tracuateua um ambiente familiar e trouxe os búfalos para criar há mais de 40 anos, quando o lugar era apenas uma fazenda. Transformado em hotel no começo do ano 2000, os animais fizeram o empreendimento ganhar notoriedade entre o turismo no Pará.
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