Ao adentrar seu ateliê, a Companhia de Jorge, esta explicação passa a fazer sentido. A Companhia abriga um universo de referências das mais diversas: nas paredes e pelos cantos vê-se obras suas e de colegas como Luiz Braga; sobre a mesa de som o psicodélico álbum Atom Heart Mother, do Pink Floyd, uma das trilhas sonoras que embala seus traços; nas estantes livros sobre filosofia, artes e a arquitetura de Gaudí; na geladeira, algumas cervejas (as quais gentilmente dividiu com seus entrevistadores – o fotógrafo Fernando Sette e eu).
Todos esses elementos estão na obra de Jorge, além, claro, do São Jorge, seu xará, protetor e santo do qual é devoto – e que aparece em várias roupagens e representações nas suas telas. “É um santo pop”, define Eiró, que busca justamente retratar o universo pop, nacional e internacional, na sua produção. “Sou um colecionador de imagens”, diz ele, que valoriza o hibridismo e e promove mashups de culturas diferentes, encontrando pontos em comum com seu olhar atento, que mesmo no rotineiro caminho de casa para o trabalho está sempre ponto para pescar mais alguma inspiração.